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sexta-feira, 20 de abril de 2012

SABEDORIA DO ORÁCULO


OFUM MEJI ( O DOADOR - O CRIADOR )

Alinhamento correto com seu destino se transformam em bençãos e abundância
O Rere ( boa sorte )
Omo rere ( todo mundo nasce uma pessoa boa e abençoada )
Quando Ori está em alinhamento com a fonte ele experimenta um estado eterno do saber. Em outras palavras, o crescimento espiritual não é um processo de aprendizagem é uma experiência de lembrar. A tarefa da disciplina espiritual de IFA não é para aprender como se comportar, a tarefa da disciplina espiritual de IFA é lembrar quem somos.

ire o


Correct alignment with your destiny become blessings and abundance
The Rere (good luck)
Omo Rere (everyone is born a good person and blessed)
When Ori is in alignment with the source he experiences an eternal state of knowledge. In other words, spiritual growth is not a processof learning is an experience to remember. The task of the spiritual discipline of IFA is to learn how to behave, the task of spiritual discipline of IFA is to remember who we are.

ire o

segunda-feira, 26 de março de 2012

CASO CHEVRON - Caça as bruxas afugentando investidores - desafios na exploração de petróleo em águas profundas


OSE OKANRAN IRE AIKU ( vida longa )

Serenidade vai gerar abundância
Vimos no caso da Grécia que o sagrado odu Ose Meji é um odu de consenso, perdão e esforço comunitário, além de trazer abundância em vários sentidos caso estivesse orientado em irê.
No caso da Chevron vemos abundância para a empresa e para o Brasil uma vez que a orientação do odu está em irê.
OSE OKANRAN - Triunfo sobre as dificuldades e inimigos, abundância que conduz a novas oportunidades.

No meu modo de ver o procurador da República Eduardo Santos de Oliveira oferecendo denúncia criminal em nada colabora para que haja um consenso ( Osé Meji ), sendo esta uma atitude precipitada, desproporcional e não articulada com o Governo e que pode assustar os investidores estrangeiros.
Okanran aponta para novas oportunidades e aponta também que a empresa vai criar condições no sentido de diminuir os riscos exploratórios envolvidos na perfuração de poços em águas profundas ( lâminas d'àgua superiores a 600 m ) e ultraprofundas ( lâminas d'àgua superiores a 2000 m ).


RIQUEZAS PETROLÍFERAS

OSE OKANRAN - Abundância e oportunidade

O Brasil não pode ignorar esta corrida e afugentar os investidores. Okanran aponta a oportunidade que se dá inclusive pela instabilidade política das principais regiões exportadoras de petróleo, pelo decréscimo das reservas em países industrializados e os contínuos aumentos de preços do mercado internacional. Quando a oportunidade se apresenta não devemos ignorá-la com esta reação desproporcional e não articulada.
O sagrado odu Ose meji assinala para parcerias, trocas de experiência, conhecimentos e tecnologia entre as empresas participantes, processo este que, se adequadamente gerenciado , trará um efetivo ganho para o país sob a perspectiva de fornecimento energético.
Definitivamente aí não cabe uma ação criminal contra a Chevron e os seus executivos.

Otimo para vender grandes apólices de seguro em operações que envolvem grandes riscos como a exploração de petróleo em águas profundas. Asé  


CHEVRON CASE - Hunting witches scaring away investors -challenges in oil exploration in deep waters 

OSE Òkànràn AIKU IRE (long life)

Serenity will generate plenty
We saw in the case of Greece that the sacred odu odu Ose Meji isa consensus, forgiveness and community effort, and to bringabundance in many ways if it were oriented in IRE.
In the case of Chevron see plenty for the company and for Brazilsince the orientation of the odu is angry.
OSE Òkànràn - Triumph over difficulties and enemies, abundance that leads to new opportunities.

In my view the District Attorney Eduardo de Oliveira Santos offeringcriminal complaint in no way contributes to that there is a consensus (Hosea Meji), which is a reckless attitude, disproportionate and notcoordinated with the Government and that may scare foreign investors.
Òkànràn points to new opportunities and also points out that the company will create conditions in order to reduce the risks involved in exploratory drilling in deepwater (water depths exceeding 600 m)and ultradeep (water depths greater than 2000 m .) 


OSE Òkànràn - Abundance and opportunity
Brazil can not ignore this race and scare off investors. Òkànràn shows the opportunity that is given by political instability including the major oil-exporting regions, the decrease of the stocks in industrialized countries and the continuing increases in international prices. When the opportunity presents itself we should not ignore it with this disproportionate response and not articulated.The sacred odu Ose Meji notes for partnerships, exchanges of experience, knowledge and technology among the participating companies, a process which, if properly managed, will bring an effective gain for the country from the perspective of energy supply.Definitely it is not there a criminal action against Chevron and its executives.
Fine for selling insurance policies on large transactions involving large risks such as oil exploration in deep waters. Ase 







terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

GRECIA ( MOTIM GENERALIZADO )



OSE OSA EM IBI OFU
( instabilidade, crise sem controle, catástrofe, estagnação e perda de potência/energia )

Entre 1950 e 1973, a economia do país cresceu, em média, 7% ao ano, chegando a superar os 10% a.a durante a década de 1950 - ritmo somente superado pelo Japão, no mesmo período. Esse crescimento, no entanto, deu-se as custas de um aumento de concentração de renda e das desigualdades entre ricos e pobres, pelo menos à princípio, intensificando as divisões políticas na Grécia.

Sem dúvida este odu ifa revela para a Grécia uma previsão de perdas patrimoniais e financeiras, onde acordos serão desfeitos ou não cumpridos. É um caminho de revolta e rebelião para o povo que não aceita mais o clientelismo, a corrupção, o uso inapropriado da força e medidas injustas.
O único consenso possível no  momento é que o maior e o menor estão igualados na necessidade de sacrificar. Corrupção e negócios ilícitos chegaram ao limite e muita sujeira ainda vai aparecer.

IMPOSIÇÕES DO FMI
O pacote de medidas austero ditado pelo FMI não será aceito pelo povo, muito menos um governo tecnocrático suprimindo as eleições vindouras. Este será um caminho de massacre e não uma solução, abrindo caminho para mais rebelião, revoltas e destruíção.
Através deste odu ifa vejo que esta dívida é simplesmente impagável e que o governo deve assumir a responsabilidade pelos prejuízos causados e responder pela atual situação.
Nesse sentido,  alguma liderança política vai emergir nesse cenário caótico pedindo a revisão e a reestruturação da dívida grega. Essa liderança vai aglutinar legítimo apoio popular para verificar a existência de irregularidades e contestar o pagamento.

GOVERNO COM LEGITIMIDADE POPULAR
O odu Ose meji é um odu de consenso, perdão e esforço comunitário enquanto Osa meji é caminho da rebelião e destruíção de uma organização social ineficaz. Através deste Odu Ifa não vejo como a Grécia sair dessa situação de outro modo a não ser através de uma reforma estrutural profunda e política, levando o Sr. Papademos para bem longe do governo e dos " ovos  podres " que irão jogar sobre ele.
Um novo governo se desenha, porém, fraco...o que poderá fazer a Grécia andar em círculos novamente e nada resolver.
Financistas tendem a viver e imaginar uma economia ideal, mas a economia verdadeira é real, produtiva, empreendedora, inaugura novos mercados e oportunidades.

Política recessiva aponta sim para o fim do Euro - mas este tópico deixo para uma próxima previsão.

Nem que seja por Ares ( Ogun ) que a Grécia reaja e lute contra a miséria e estagnação !
Ire o

GREECE (RIOT WIDESPREAD)

OSA OSE IN IBI OFU(Instability, uncontrolled crisis, disaster, stagnation and loss of power / energy)
Between 1950 and 1973, the economy grew on average 7% annually, surpassing the 10% per year during the 1950s - the pace surpassed only by Japan during the same period. This growth, however, took place at the expense of an increased concentration of income and inequalities between rich and poor, at least at first, intensifying the political divisions in Greece.
No doubt this odu ifa shows a forecast for Greece property and financial losses, where agreements are broken or not met. It is a path of revolt and rebellion to the people that no longer accepts patronage, corruption, misuse of power and unjust measures.The only possible consensus now is that the major and minor are matched on the need to sacrifice. Corruption and illegal business reached its limit and a lot of dirt will still appear.
LEVIES OF THE IMFThe package of austerity measures dictated by the IMF will not be accepted by the people, much less a technocratic government suppressing the upcoming elections. This will be a path of carnage and not a solution, paving the way for more rebellion, riots and destruction.Through this odu ifa see that this debt is simply unpayable and that the government must assume responsibility for damage caused by the current situation and respond.In this sense, some political leadership will emerge from this chaotic scenario calling for the revision and restructuring of Greek debt. This leadership will unite popular support for legitimate check for irregularities and challenge the payment.
LEGITIMATE GOVERNMENT WITH PEOPLEThe odu odu Ose Meji is a consensus, forgiveness and community effort while Osa Meji is the way of rebellion and destruction of a social organization ineffective. Through this Odu Ifa do not see how Greece out of this situation differently than through structural reform and deep political, taking Mr. Papademos far the government and the "rotten eggs" that will play on it.A new government takes shape, however, weak ... what you can do Greece walking in circles again and solve nothing.Financiers tend to live and imagine an ideal economy, but the real economy is real, productive, enterprising, opens new markets and opportunities.
Policy recessive points rather to the end of the Euro - but I leave this topic for a future prediction.
Even for Ares (Ogun) that Greece will react and fight against poverty and stagnation!Ire the


domingo, 19 de fevereiro de 2012

LIBIA ( Um oásis na onda de revoltas populares )



OTURA IRETE IRE ASHEKUN OTA
( Vitória sobre os inimigos )


A má distribuíção de renda nacional ( e global ) não é somente um atentado contra a justiça social. Tambem provoca enormes distorções na economia e, a longo prazo, é fator de desestabilização política.


Através deste odu Ifa vejo a Líbia vencendo seus inimigos internos e externos, vencendo a corrupção e promovendo sucesso em negócios e relacionamentos moderados no sentido político.
Empresas de toda parte do mundo poderão ficar confiantes em investimentos neste país.


Investimentos/negócios não somente em petróleo e gás pois vejo através deste odu ifa o resgate de liberdades cívis e democráticas, vejo preocupação dos futuros governantes em pagar as dívidas sociais,  então,  todo investimento em educação, saúde, habitação serão bem vindos para este país e o retorno financeiro compensador.


Vejo a Líbia reafirmando sua espiritualidade e sabendo separar religião de estado.

Ire o ase Libia


LIBIA (An oasis in the wave of popular uprisings)

Otura Irete IRE ASHEKUN OTA
(Victory over enemies)

The unequal distribution of national income (and global) is not only an attack on social justice. Also causes huge distortions in the economy and in the long term, is a factor of political destabilization.

Through this odu Ifa see Libya overcomes its internal and external enemies, overcoming corruption and promoting success inbusiness and relationships moderates in the political sense.
Companies from all over the world can be confident in investment in the country.

Investment / business not only in oil and gas because I seethrough this odu ifa the rescue of civil liberties and democratic, I see concern of future rulers to pay the debtsthen the investment in education, health, housing will be welcomed to this countryfinancial return and pay.

I see Libya reaffirming their spirituality and learn to separate religion from state.

Ire ase to Libya

segunda-feira, 6 de junho de 2011

EXU ONAN

Levou uma oferenda para bem distante do seu lar:
- panos de cetim coloridos, perfumes, sensações...
e todos perguntaram quando ele iria voltar?
Levou os desejos feridos e inatingíveis
Todas as decisões inadiáveis, imaginações
Levou pro mar e pra cachoeira
Levou o que poderia expor
E tambem os seus segredos
Na velocidade de uma louca enchente, vazou;
Levou mel de abelhas nas grutas e entranhas da Terra
E todos perguntaram quando ele iria voltar?

Procurou pessoas na amplitude de espaços abertos
Nas clareiras e nas matas, viajou terras estranhas
espionou costumes exóticos, línguas desencontradas
Montanhas e topos gelados,descansou:
Céu noturno por testemunha de suas andanças
Devolvendo e oferendando riquezas
Que o sangue e olhos rubros sabem cobiçar

Nada jamais escaparia de suas garras
Incontáveis existências precoces brotaram
         de suas oferendas
          de suas andanças
Em todos os lugares, olhos, bocas, mãos, corações...
E ele nunca mais voltou!

08/05/2011


EXU ONAN

It took an offering to far away from home:
- Colored satin clothsperfumessensations ...
and everyone asked when he would return?
It took the wounded and unattainable desires
All decisions at handimaginations
Led to sea and to waterfall
It took what could expose
And also their secrets
At the speed of a mad flood, leaked;
It took honey bees in the caves and bowels of the Earth
And everyone asked when he would return?

Looked at people in range of open spaces
In the clearings in the woods and traveled strange lands
spied exotic customslanguages ​​unmet
Mountains and icy tops rested:
Night sky to witness his wanderings
Returning oferendando and wealth
That blood and crimson eyes coveting know

Nothing will ever escape their clutches
Countless stocks sprouted early
          their offerings
           his wanderings
Everywhereeyes, mouths, hands, hearts ...
And he never came back!

08/05/2011

ÒRÌSÀ ÈSÙ (orixa Exu)

Exu




 Èsù é um Orixá de múltiplos e contraditórios aspectos, o que torna difícil difini-lo de maneira coerente. Com caráter irascível, gosta de suscitar dissensões e disputas, de provocar acidentes e calamidades, públicos e privados. É astucioso, grosseiro, vaidoso, indecente, a tal ponto que os primeiros missionários, assustados com estas características, assimilaram-no ao diabo, dele fazendo o símbolo de tudo o que é maldade, perversidade, abjeção, ódio, em oposição à bondade, à pureza, à elevação e ao amor de Deus.
Entretanto, ele possui o seu lado bom e se Èsù é tratado com consideração reage favoravelmente, mostrando-se serviçal e prestativo. Se, pelo contrário, as pessoas se esquecem de lhe oferecer sacrifícios e oferendas, podem esperar todas as catástrofes. Exu revela-se, talvez, desta maneira, o mai humano dos Òrìsàs. Ele tem suas qualidades além de seus defeitos, pois é dinâmico e jovial, constituindo-se, assim, em Orixá protetor, havendo mesmo pessoas que usam, orgulhosamente, na África, nomes tais como Exubiyi (“concebido por Èsù“) ou Exutosin (“Èsù merece ser adorado”).
Como personagem histórico, Èsù teria sido um dos companheiros de Odudúa quando da sua chegada a Ifé, e chamava-se Èsù Obassin. Tornou-se, mais tarde, um dos assistentes de Orunmilá que preside a adivinhação pelo sistema de Ifá.
Segundo Epegá, Èsù tornou-se rei de Ketu sob o nome de Èsù Alaketu. É Èsù que supervisiona as atividades do mercado do rei em cada cidade: o de Oyo é chamado Èsù Akessan. No Brasil, dentre as variadas denominações recebidas por Èsù, figuram estes dois últimos nomes.
Ele é o guardião dos templos, das casas, das cidades e das pessoas.
Serve como intermediário entre o Outro-Mundo e o mundo dos vivos, exercendo também as funções de mensageiros entre os homens e os deuses. É por este motivo que nada pode ser feito sem ele, e para Exu, antes que para qualquer outro Orixá, é que devem ser levadas as primeiras oferendas.
Existem, na Bahia, vinte e um Èsùs, segundo uns, e sete, segundo outros. alguns desses nomes podem passar por apelidos, outros parecem ser letras dos cânticos ou fórmulas de louvores. Eis aqui alguns: Èsù-Elegba ou Èsù-Elegbará, assim como Èsù-Bará ou Èsù-Ibará ( cujo nome deriva-se, talvez, do precedente) Èsù-Alaketu, Èsù-Laalu, Èsù-Jelu, Èsù-Lonã, Èsù-Akessan, Èsù-Agbô, Èsù-Larôye, Èsù-Inan, Èsù-Odara, Èsù-Tiriri.  






Se tanto os Exús masculinos como os variadíssimos avatares, formas e invocações de Pombagira, o Exú-Mulher, estão sincretizados com o demónio católico, no dia-a-dia dos terreiros este dado tem importância muito secundária. Esses diabos nem são tão maus e nem seu culto soa estranho para os fiéis. Penso que ninguém se imagina fazendo alguma coisa errada ao invocar, receber em transe, cultuar ou simplesmente interagir com Pombagira.  Quando um devoto invoca Exú e Pombagira, dificilmente ele tem em mente estar tratando com divindades diabólicas que impliquem qualquer aliança com o inferno e as forças do mal. Na verdade, o que se observa é uma grande intimidade com os Exús, a ponto de os fiéis a eles se referirem carinhosamente e muito intimamente como “os compadres”.  Nos terreiros de Umbanda e nos candomblés que cultuam as formas umbandizadas de Exú, a concepção mais generalizada de Pombagira, é de que se trata de uma entidade muito parecida com os seres humanos. Ela teria tido uma vida passada que espelha certamente uma das mais difíceis condições humanas: a prostituição. Mas é justamente essa condição que permitiu a ela um total conhecimento e domínio de uma das mais difíceis áreas da vida das pessoas comuns, que é a vida sexual e o relacionamento humano fora dos padrões sociais de comportamento aceitos e recomendados. Assim, acredita-se que Pombagira é dotada de uma experiência de vida real e muito rica que a maioria dos mortais jamais conheceu, e por isso seus conselhos e socorros vêm de alguém que é capaz, antes de mais nada, de compreender os desejos, fantasias, angústias e desespero alheios.


 Para Monique Augras, Pombagira representa uma espécie de recuperação brasileira de forças e características de divindades africanas que, no Brasil, no contacto com a civilização católica, teriam passado por um processo de “cristianização”. Ela está se referindo às Grandes Mães, as poderosas e temidas Iyami Oshorongás dos Ioruba, quase esquecidas no Brasil, e a Iemanjá, que ao se aclimatar no Novo Mundo perdeu muito de seus traços originais, modelando-se a um sincretismo com Nossa Senhora que a tornou uma mãe quase assexuada, muito diferente da figura africana sensual, envolvida em casos de paixões avassaladoras, infidelidade, incesto e estupro.  Com Pombagira, no plano do ritual que é desenvolvido para se actuar no governo do quotidiano, assegura-se o acesso às dimensões mais próximas do mundo da natureza, dos instintos,  aspirações e desejos inconfessos, o que estou chamando aqui de as faces inconfessas do Brasil.  O culto de Pombagira revela, de modo muito explícito esse lado “menos nobre” da concepção popular de mundo e de agir no mundo entre nós, o que é muito negador dos estereótipos de brasileiro cordial, bonzinho, solidário e pacato. Com Pombagira guerra é guerra, salve-se quem puder.


Devemos no lembrar que as religiões afro-brasileiras são religiões que aceitam o mundo como ele é.  Este mundo é considerado o lugar onde todas as realizações pessoais são moralmente desejáveis e possíveis.  O bom seguidor das religiões dos orixás deve fazer todo o possível para que seus desejos se realizem, pois é através da realização humana que os deuses ficam mais fortes, e podem assim mais nos ajudar. Esse empenho em ser feliz não pode se enfraquecer diante de nenhuma barreira, mesmo que a felicidade implique o infortúnio do outro. De outro lado, o código de moralidade dessas religiões, se é que é possível usar aqui a ideia de moralidade, estabelece uma relação de lealdade e de reciprocidade entre o fiel e suas entidades divinas ou espirituais, nunca entre os homens como comunidade solidária.  Na própria constituição dessas religiões no Brasil, o culto dos ancestrais (egunguns) como a dimensão religiosa controladora da moralidade, tal como na África de então e sobretudo nas regiões de cultura iorubá, foi em grande parte perdido, primeiro porque a moralidade no mundo escravista estava sob o controle estrito do mundo do branco, com sua religião católica, esta sim a grande fonte de orientação do comportamento; segundo porque a escravidão desagregava a família e destruía as referências tribais e do clã, essenciais no culto do ancestral egungun. Vingou, das religiões negras originárias, o culto dos orixás (e voduns e inquices, estes diluídos e substituídos pelos orixás), centrado na pessoa e na idéia já contemporânea de reforço da individualidade através do sacrifício iniciático, no candomblé, e depois pela troca clientelística, na umbanda.


 De facto, as religiões afro-brasileiras espelham muito as condições históricas de sua formação: religiões de subalternos (primeiro os escravos, depois os negros livres marginalizados, mais tarde os pobres urbanos) que se formam também como religiões subalternas, isto é, no mínimo, religiões tributárias do catolicismo, que até hoje, em grande medida, aparece como a religião que dá identidade aos seguidores dos cultos afro-brasileiros. Quando as religiões dos orixás e voduns eram religiões de grupos negros isolados (mais ou menos até 40 ou 50 anos atrás), o catolicismo, além de ser a face voltada para o mundo branco exterior, dominante e ameaçador, era ele também o elemento que, tendo o sincretismo como instrumento operador, rompia com esse isolamento sócio-cultural para fazer de todos, mais que negros, participantes de uma identidade nacional: ser brasileiro.  Mais tarde, quando as religiões afro-brasileiras romperam com as barreiras de cor, geografia e origem, produzindo-se suas novas modalidades de carácter universalizado, agora religiões para todos, independente de cor e geografia, ainda que estes todos sejam maioritariamente os pobres, a persistência do sincretismo católico passou a indicar uma dependência estrutural dessas religiões para com as fontes axiológicas mais gerais referidas à sociedade brasileira. Ainda é o catolicismo que diz o que é certo e o que é errado quando se trata de se pensar a relação com o outro. Quando se busca, contudo, romper momentaneamente com o código do que é certo e errado, as religiões afro-brasileiras não têm nenhuma objecção a apresentar, desde que se preservem as prerrogativas das divindades. Mas a ruptura só pode ser momentânea e em casos particulares, mesmo porque qualquer ruptura definitiva acarretaria uma separação não somente no âmbito da religião, mas no domínio mais geral da vida em sociedade.


 Não é de se estranhar, portanto, que o culto a Pombagira faça parte do lado mais escondido das religiões afro-brasileiras, que é conhecido sobretudo pelo nome de quimbanda, pois as motivações básicas do culto também pertencem a dimensões do indivíduo muito encobertas pelos padrões de moralidade da sociedade ocidental-cristã. Nem é de se estranhar que tenha sido a Umbanda que melhor desenvolveu esta entidade, pois foi a Umbanda, como movimento de constituição de uma religião referida aos orixás e aos pactos de troca entre homem e divindade e ao mesmo tempo preocupada em absorver a moralidade cristã, que separou o bem do mal, sendo portanto, obrigada a criar panteões separados para dar conta de cada um. Mas se, formalmente, a Umbanda separou o mundo dos “demónios”, ela nunca pôde dispor deles nem tratá-los como entidades das quais só nos cabe manter o maior afastamento possível, sob pena de perdição e danação eterna. Porque a Umbanda nunca se cristianizou, ao contrário do que pode fazer entender a ideia de sincretismo religioso: ela reconhece o mal como um elemento constitutivo da natureza humana, e o descaracteriza como mal, criando todas as possibilidades rituais para sua manipulação a favor dos homens.  Por tudo isto se diz que as religiões afro-brasileiras são religiões de liberação da personalidade, pois não faz parte nem de seu ideário nem de suas práticas rituais o acobertamento e aniquilamento das paixões humanas de toda natureza, por mais recônditas que sejam elas. Isto é exactamente o contrário do que pregam e exercitam as religiões pentecostais, que são o grande antagonista do candomblé e da Umbanda nos dias de hoje, a ponto de declararem a estas uma espécie de guerra santa, que contamina, com intransigência e uso frequente da violência física, as periferias mais pobres das grandes cidades brasileiras.


 Mas se as religiões afro-brasileiras são, neste sentido, libertadoras do indivíduo, o facto de elas supervalorizarem a relação homem–entidade e darem pouca importância aos valores de solidariedade e justiça social faz com que elas dotem seus seguidores de uma especial abordagem mágica e egoísta do mundo, desinteressando-os da possibilidade de acções no sentido de transformação do mundo e de uma consequente participação política importante, num contexto como o brasileiro, para a promoção de qualquer ideia mais sólida e solidária de liberdade. Na luta dos homens e mulheres brasileiros que procuram o mundo dos Exús para a realização de seus anseios mais íntimos — homens e mulheres que são em geral de classes sociais médias-baixas e pobres, quase sempre de pouca escolaridade e reduzida informação e para quem as mudanças sociais têm trazido pouca ou nenhuma vantagem real na qualidade de suas vidas — dona Pombagira representa sem dúvida uma importante valorização da intimidade de cada um, pois para Pombagira não existe desejo ilegítimo, nem aspiração inalcançável, nem fantasia reprovável. Como se existisse um mundo de felicidade, cujo acesso ela controla e governa, que fosse exactamente o contrário do frustrante mundo do nosso quotidiano. 




Os Orixás do culto, assentados no Ygba, não são feitos para nos servir, nem para nos dar qualquer bem material.


Para isso, cada um de nós tem o seu Bara pessoal, que é assentado aquando da Iniciação no Candomblé.


O Bara é assim o Exú que mais directamente nos protege e ajuda.


O Bara está directamente ao serviço de um determinado Orixá, e por isso se diz que ele é “escravo” deste ou daquele Orixá. 


O Bara de cada um de nós é assim aquele que serve directamente ao nosso Orixá de Cabeça, ao dono do nosso Orí, e dessa forma o mensageiro entre nós e o nosso Orixá. 


O Bara também pode estar assentado na casa de santo, e nesse caso, ele é um Bara colectivo e, enquanto for agradado, ele trabalhará para todos os membros da casa, sem noção do bem e do mal, pois Exú (Bara) é pagão e recebe o sacrifício como paga por realizar um trabalho. 


Não se deve portanto confundir Bara com Awanes (Inkisses) dos quais alguns exemplos são: Maria Padilha, Maria Mulambo, Tranca Ruas. Zé Pilintra, etc. E estes, também não são escravos de nenhum Orixá. Escravo de Santo é só o Bara. 


Numa escala de hierarquia estaria, para que se perceba a sua ordem de actuação, mais ou menos assim: 


1º Bara — mensageiro directo dos Orixás


2 º Awanes ou Inkisse — subordinado a Bara


3º Iku-Buru (espírito desencarnado há um determinado tempo, que já tem uma certo grau de discernimento espiritual) — subordinado a Awanes (Inkisses)


4º Buru-Buru (espírito recém desencarnado) — subordinado a Iku-Buru  


A seguir, encontra alguns exemplos de BARA: 


Exú Elegba- ou Elegbara


Exú Bara – ou Ibara


Exu Alaketu


Exú Ijelu


Exú Lalu


Exú Akesan


Exu Lonan


Exú Agbo


Exú Laroye


Exú Ina


Exú Odara


Exú Tiriri


Ekessan (podemos traduzir este nome como Chefe de uma Nação).